
Não se deve pensar, no entanto, que toda a culpa por uma sociedade doente deve ser creditada na conta dos pais. A indústria dos videoclipes, os jogos violentos de videogames, a apologia da violência no próprio cinema (o líder da gangue, Johnny Truelove (Emile Hirsch) possui um cartaz do filme Scarface na parede do quarto), tudo isso cria um caldo de cultura explosivo. Os meios de comunicação e o setor do entretenimento exercem uma influência decisiva na personalidade das novas gerações. O tempo que Cassavetes dedica às festas, ao sexo e às drogas parece nos dizer o seguinte: todos esses elementos são extremamente atraentes, não se pode negar isso! E enquanto as pessoas que procuram dar um direcionamento alternativo à sociedade capitalista continuarem negando a atração desses aspectos, afirmando que "isso é ruim", "isso é feio" ( como faz a personagem de Sharon Stone, Olivia Mazursky, mãe de Zack), não haverá possibilidade de mudança. Por que não enfrentamos, de uma vez por todas, o problema do desencanto da juventude de frente, ao invés de negá-lo? Por que não repensamos quais valores fundamentais devem nortear o comportamento das pessoas num momento histórico propício para reconfigurações estruturais? Enquanto houver uma supervalorização do presente, do carpe diem banalizado, o que veremos, cada vez mais, serão mães chorando os destinos trágicos de seus filhos, completamente confusas entre o suicídio e uma crença frouxa num Deus já quase inexistente.
Outras críticas:
http://www.zetafilmes.com.br/criticas/capa.asp?pag=capa
http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2007/05/15/295767627.asp
http://www.cineplayers.com/critica.php?id=1003
http://txt.jt.com.br/editorias/2007/05/18/var-1.94.12.20070518.44.1.xml
http://www.film.com/movies/alphadog/7581475
3 comentários:
A análise deste filme é mais um trunfo do Cine in Site. Muito bom Sr. Reed. Irei assistir ao filme e comentar aqui minhas cnosiderações. Abraços
e os links, propriamente ditos, nos próprios links?
Gostei da crítica, Guilherme. Só implico um pouco com a expressão "caldo de cultura ". acho meio batido. você já viu o filme "clean"? não lembra de quem é a direção, é francês, procura. é muito interessante, porque trata da questão das drogas. e a mãe explica para o filho (acho que essa é a questão): as pessoas usam porque é bom. mas o preço é alto, em alguns casos alto demais (como o total descomprometimento com tudo, como o do personagem de bruce willis que você cita); então, não adianta ser moralista mesmo. tem que enfrentar como é: é bom, sim, mas e aí? o que se faz com isso depois?
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